terça-feira, 26 de julho de 2011

Uma experiência nada agradável em um comboio / An unpleasant experience on a train

Uma experiência nada agradável em um comboio
No dia 21 de Julho de 2011, apanhei um comboio às 9h13 da manhã em Firenze com destino a Roma Termini. O que era para ser uma viagem inteiramente inesquecível pelo sonho de conhecer Roma, se tornou inesquecível pelos momentos de tensão passados dentro da carruagem de um dos comboios da companhia Trenitália.
O comboio previsto para chegar às 12h55 acabou chegando com 41 minutos de atraso. O problema maior é que esses 41 minutos foram passados dentro de uma carruagem sem ventilação alguma, com todos os vidros vedados e, acredite se quiser, dentro de um túnel muito longo cujas paredes podiam ser vistas a pouco menos de 1 metro da janela.
A pressão causada pelo ar comprimido dentro do túnel causava dor nos ouvidos, a falta de ventilação fazia-nos suar. Tudo acompanhando uma leve tensão de claustrofobia que acabara de ser adquirida frente aquela situação inesperada que nem ao menos foi explicada pela companhia. O medo também surgia volta e meia ao pensar que um outro comboio de alta velocidade podia passar pelo mesmo trilho e causar um acidente indescritível.
Esses 41 minutos foram partilhados junto a outras pessoas que também se sentiram mal e que depois de certo tempo começaram a andar pelo comboio a procura de respostas para o que estava acontecendo. Tudo parecia um filme do qual ainda não sabíamos o final. Depois de certo tempo, sem satisfação alguma o comboio voltou a seguir sua rota, chegando a Roma Termini.
Ao chegar, procuramos pela informação e, como todo bom cidadão, não pudemos deixar de reclamar. Porém, a incapacidade da companhia ainda continuava. Ao esperar um bom tempo em uma fila para ser atendido, fomos atendidos por um certo indivíduo que nos disse: - É reclamação? Ok! Então preencha esse formulário e nos entregue!
A reclamação foi feita oralmente em inglês, o formulário a ser preenchido estava totalmente em italiano. E o indivíduo nem sequer se deu ao trabalho de ouvir mais nada, apenas disse: - Preencha e nos entregue, é o que podemos fazer! Com certeza, depois de preenchido aquele formulário seria guardado em um plástico e arquivado junto a inúmeros outros que seriam esquecidos mais tarde.
Porém, graças a tecnologia, posso contar essa viagem e dividir com vocês essa experiência não muito agradável que ocorreu com essa companhia. O engraçado disso tudo é que quando algum dos passageiros esquece de validar o bilhete de embarque é imediatamente multado em 40€ pelos fiscais da própria companhia (presenciei vários casos), pois validar o bilhete é um dever do passageiro. A pergunta que fica é: “E o dever da Treniltália perante os passageiros?”

An unpleasant experience on a train
On July 21, 2011, caught a train at 9:13 a.m. in Florence to Rome Termini. What was to be an entirely unforgettable trip by a dream of visiting Rome, became unforgettable because of the tension that I passed into the carriage of a train of company Trenitalia.
The train scheduled to arrive at 12h55 arriving in 41 minutes late. The biggest problem is that these 41 minutes were spent in a carriage without ventilation, with all the windows sealed and, believe it or not, within a very long tunnel whose walls could be seen just one meter of the window.
The pressure caused by compressed air in the tunnel caused pain in the ears, lack of ventilation made us sweat. Everything following a slight tension of claustrophobia that had just been acquired in this unexpected situation that wasn´t even explained by the company. Fear also appeared when I thought that another high-speed train could go through the same track and cause an accident indescribable.
These 41 minutes were shared with other people. Everything looked like a movie that still didn´t know the end. After some time, without any satisfaction then returned to the train route, arriving at Rome Termini.
After arrival, we went to look for the information and, like any good citizen, we couldn´t not to complain. However, the inability of the company was still. By waiting a long time in a queue to be served, we were met by a certain individual who said: - It is the complaint? Ok! So, fill out this form!
The complaint was made orally in English, the form to be filled was all in Italian. And the guy didn´t even bother to hear any more, only said: - Fill out and delivered, is what we can do! Certainly, after completed the form would be stored in a plastic and filed with the countless others who would be forgotten later.
But thanks to technology, I can count this case and share with you this bad experience that happened to that company. The funny thing is that when some passengers forget to validate your boarding pass is immediately fined € 40 tax to the company itself (witnessed several cases), because the validate is a duty of the passenger. The question is: "And the duty of Treniltália with the passengers?"

domingo, 17 de julho de 2011

USO DAS CALCULADORAS GRÁFICAS NO ENSINO SECUNDÁRIO EM PORTUGAL

            Como sabemos, o ensino secundário em Portugal corresponde ao ensino médio no Brasil. Ambos possuem três anos de estudo, porém com um grande número de diferenças, seja no âmbito metodológico como no programa curricular, em que são tratados os temas de estudo.
            Uma das diferenças que me chamou bastante atenção é o uso obrigatório da calculadora gráfica no ensino secundário em Portugal. Apesar de ser cara (por volta de 100,00€), cada aluno possui a sua. Para facilitar o acesso a todos os alunos, o pagamento da calculadora pode ser parcelado em várias vezes em algumas lojas. Sendo que alguns preferem comprá-las dos alunos que acabam o ensino secundário.
            Uma rápida análise no programa curricular de matemática do ensino secundário me permitiu observar que a calculadora gráfica pode ser utilizada em todos os temas, são eles: Cálculo Diferencial; Geometria; Funções e Sucessões; Probabilidades e Estatística. Isso se deve aos aplicativos presentes em algumas calculadoras que permitem usá-las também em geometria, que funcionam como um software independente.
            Para saber como se passa uma aula com o uso das calculadoras gráficas no ensino secundário, fui à Escola Secundária Quinta das Flores, em Coimbra, assistir a uma das aulas do Professor Balsa.
            Sentei-me ao fundo da classe, onde pude observar do começo ao fim o trabalho do professor, estagiárias e alunos. Por se tratar de um material obrigatório, os exercícios são elaborados supondo que o aluno os resolverá com auxílio da calculadora gráfica, portanto uma função, por exemplo, é estudada mais a fundo já que o aluno terá acesso a quaisquer tipos de gráficos que são inviáveis de se esboçar com régua e lápis.
            O professor, junto às estagiárias, acompanha o trabalho dos alunos continuamente. Ele tem a sua calculadora gráfica pessoal conectada a um projetor que permite com que os alunos visualizem o que faz em sua calculadora durante as atividades e explicações.
            A disposição das carteiras em duplas contribui para uma atividade investigativa, sendo que, durante as atividades, os alunos se ajudam e discutem as tarefas entre si. O professor faz o papel de mediador, promovendo um cenário de investigação e também mantém a disciplina da classe o tempo todo, chamando atenção quando necessário.
A calculadora gráfica mostrou-se um material essencial nas aulas, pois com ela é possível estudar funções mais complexas que seriam inviáveis de ser traçadas com o uso de apenas lápis e régua. Além disso, os alunos aprendem a dominar essa tecnologia, para que no futuro possam ajudar a desenvolvê-la cada vez mais.

O MEU PENSAR SOBRE ESSA REALIDADE NO BRASIL
            Acredito que no Brasil o nível sócio-econômico dos alunos tem de aumentar bastante para que um dia possamos acreditar que seja possível acrescentar o item “calculadora gráfica” como um material obrigatório. Porém, há outras formas de se inserir a calculadora no ensino médio sem que seja necessário acrescentá-la como um material obrigatório, basta as escolas adquirirem um número suficiente para que sejam utilizadas durante as aulas.
            A calculadora gráfica não é o primeiro item a ser acrescentado na educação para que ela venha a melhorar, mas sim um dos itens. Claro que será necessário um investimento maior na educação e não podemos esperar isso de braços cruzados. Todos nós um dia puxamos a calça de nossos pais dizendo “Compra pai! Compra!” e creio que seja dessa mesma forma que podemos começar, puxando as calças das escolas que por sua vez puxarão as do governo.
Renan Mercuri Pinto