segunda-feira, 25 de abril de 2011

Relato de minha viagem de Páscoa

      Nesse feriado de Páscoa venho dividir com vocês a minha viagem de Páscoa para o norte de Portugal que começou no dia 21, quinta-feira, logo pela manhã e terminou somente no dia 24 pela manhã. Por incrível que pareça consegui bater todos os recordes de economia e gastei aproximadamente 80€ nessa viagem, por esse motivo, foi considerada por mim e por meus companheiros mochileiros, como “Páscoa Pobre”.
      A viagem começou com destino à cidade de Barcelos, onde pude conferir de perto a enorme feira da cidade (que não me chamou atenção) e também alguns pontos turísticos interessantes como o Cruzeiro da lenda do Galo. Conta a lenda que um peregrino, que se dirigia a Santiago de Compostela, ao passar por Barcelos, foi condenado à forca, acusado injustamente do roubo de um objeto de valor. Ao ser apresentado frente ao juiz o peregrino apontou para um frango assado que estava sobre a mesa e disse que estava tão certo de sua inocência, assim como o canto daquele galo ao ser enforcado. Antes que fosse enforcado o galo cantou e assim foi libertado a tempo. Essa é a origem do popular galo de Barcelos, símbolo de Portugal.
      No mesmo dia pegamos um comboio à cidade de Braga, onde passamos a noite em um albergue da Juventude. Braga é conhecida como a capital religiosa de Portugal, apresenta aproximadamente 80 igrejas na cidade onde a mais notável é a Catedral da Sé de Braga construída por ordem dos condes de Portucale que lá encontram-se enterrados. Há também o Santuário do Bom Jesus do Monte, situado a 3km de Braga, uma enorme escadaria que leva até uma igreja no alto de um monte, local de muitas peregrinações.
Estádio do Sporting Clube de Braga
       Em Braga, pude visitar também o estádio do Sporting Clube de Braga, conhecido como “A pedreira”, construído sobre rochas e considerado muitas vezes entre os mais belos do mundo. Por apenas 3€ é possível explorar todas as áreas tendo acompanhamento de um guia local que explica tudo do começo ao fim. O gramado do estádio é suspenso, portanto é possível passar de um lado para outro da arquibancada por baixo do gramado que é um estacionamento. É possível também, ver uma parte da fundação da obra ao percorrer as escadas que possibilitam o acesso as áreas mais altas da arquibancada.
      Após Braga, pegamos um comboio à cidade de Viana do Castelo, situada na foz do rio Lima, onde passamos a nossa segunda noite em um excelente albergue da Juventude. Lá pudemos conhecer a incrível Praça da República, com um fontanário central renascentista rodeado por construções do século XVI, como o Palácio do Conselho, o Hospital da Misericórdia, entre outros. O lugar mais incrível da cidade é a Basílica de Santa Luzia, situada no alto de um monte onde se pode ter acesso por um funicular que parte próximo à estação de comboio e também por uma estrada. De frente a Basílica é possível observar todo litoral desde o Minho até a Espanha, caminhando um pouco mais ao fundo é possível conhecer as ruínas pré-romanas.
Vista em frente a Basílica de Santa Luzia em Viana do Castelo
       Logo a tarde, pegamos outro comboio à Guimarães e foi lá onde a verdadeira aventura começou. Quando ainda estava claro fomos conhecer o Castelo de Guimarães que não tivemos tanta sorte pois estava fechado, mesmo assim foi possível aproveitar bastante dando a volta por ele. Posteriormente, como antes programado, fomos apanhar um autocarro para Coimbra onde terminaria nossa viagem, porém ele não apareceu devido ao feriado de Páscoa. Sem muita preocupação fomos procurar um lugar para dormir e infelizmente TODOS os albergues e hotéis da cidade estavam completamente ocupados. Chegamos até a recorrer a uma Igreja que tinha um nome bastante chamativo como “Glorioso Socorro”, algo assim, porém infelizmente, o socorro não veio de lá, o padre apareceu e disse: “Estamos completamente ocupados!” e não deixou espaço para conversas.
Algumas pessoas de Guimarães que nos deram uma força
      Saímos caminhando pelas ruas de Guimarães e nos deparamos com uma apresentação de arte popular tradicional, uma sátira onde Judas era julgado e ao final queimado. Ficamos para assistir e no final algumas pessoas vieram nos perguntar onde dormiríamos ao ver todas aquelas mochilas. Foi então que, pela última vez, tivemos ajuda para procurar hostels. Depois do insucesso, finalmente decidimos ficar pelas ruas da cidade em algum bar até amanhecer, pois não havia meios de transporte que possibilitassem a nossa fuga para outro local onde pudéssemos dormir. 
      Pode parecer frustrante, mas para mim estava sendo tudo muito divertido e prazeroso. Próximo ao evento tradicional de rua, encontramos uma grande casa chamada “Círculo de Arte”, nela havia várias salas em que uma delas é um bar muito aconchegante. Entramos, colocamos nossas mochilas ao lado da mesa, pedimos algumas cervejas e um violão e ficamos por lá até amanhecer. O bar fechava próximo as 3h ou 4h da manhã, porém conversamos com o dono e ele nos deixou ficar até mais tarde.

Bar do Círculo de Arte
      Ao amanhecer, um dos clientes do bar, que ficou conversando conosco a noite toda, nos ofereceu uma carona (boleia) até um restaurante e depois fomos para a estação de comboios e pegamos nosso último comboio para Coimbra, finalizando a nossa incrível viagem de Páscoa.
      Acredito que se nessa viagem de Páscoa não houvesse essa aventura na noite do último dia e a simpatia do pessoal de Guimarães, não estaria tão motivado a escrever sobre ela. Portanto, finalizo esse relato de Páscoa agradecendo todas as pessoas de Guimarães que nos ajudaram como puderam, em especial: A recepcionista da Albergaria Palmeiras, que nos ajudou fazendo diversos telefonemas a hostels da cidade; O dono do Bar do “Círculo de Arte” que nos aguentou a noite toda tocando violão e piano mantendo o bar aberto; A Catarina e seus amigos, que nos indicaram o Bar e nos ofereceu lugar para guardar as mochilas e, finalmente, o Avelino Martins cliente do Bar que foi muito simpático nos oferecendo as boleias finais. Claro que não posso esquecer também de agradecer a companhia das pessoas que viajaram comigo: Alex, Juan, Fernando, Analice, Eliza, Marjory e Ana, que tornaram a viagem ainda mais divertida e inesquecível.
Companheiros mochileiros da Páscoa Pobre
       Uma Feliz Páscoa para todos! Em especial para você que leu todo esse relato até o fim e que deve ter achado tudo uma grande loucura. Observação final: Mãe com certeza você deve estar um pouco traumatizada! Kkk. Mas, não se preocupe em achar que seu filho está passando fome, não precisa me mandar mais dinheiro! Não estou passando fome! Kkk. Ter muito dinheiro pode sim trazer felicidade, mas ter pouco e saber usar realmente NÃO TEM PREÇO! Kkk…

5 comentários:

  1. Detalhe importante é que o Catelo de Guimarães só fecha 4 vezes ao ano... AO ANO! e vocês chegaram beeem numa dessas vezes... rsss´#leideMurphy
    Parabéns pelo relato... adorei as fotos!
    ;)

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  2. hahahhah so vc msmo neen renan ficou mto legal a historia que bom que vc esta aproveitando o maximo ai rsrsrsr ..... adoreiiiiiiii e bjkas

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  3. Uma pena que vocês não entraram no Castelo... ele é lindo! =/ Tenta ir lá antes de voltar e aproveita pra ir dia de domingo, que é de graça ;)
    Feliz Páscoa pra galerinha aí!

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  4. Ainda bem que vc me avisou no final. Estou muito tranquila!!! (ironia)

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