sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Casa de Fados

Certo dia, nosso amigo português Humberto nos levou a um barzinho noturno chamado “Diligência”, uma Casa de Fados aqui de Coimbra. O Fado é um estilo musical português, geralmente é cantado por uma só pessoa, a qual chamamos de “fadista”, e acompanhado por guitarra clássica e portuguesa. A palavra fado vem do latim fatum que significa “destino”.
Ao chegar na taverna situada em uma das ruelas da cidade de Coimbra comecei a reparar nos detalhes. O bar é pequeno, as paredes são de pedras, as mesas e cadeiras de madeira maciça, não havia garçonetes, o próprio dono do bar passava nas mesas anotando os pedidos. Como de costume quase todas as pessoas que ali estavam pediam a jarra de Sangria. Essa é uma bebida preparada misturando ao vinho algumas frutas, licor e refrigerante. O sabor das frutas se mistura ao do vinho e do licor, neutralizando um pouco o álcool dessas bebidas, nesse bar a jarra de Sangria custa € 10.
Enquanto o momento do Fado era esperado por todos, ficávamos ao som de músicas que tocavam nas pequenas caixinhas de som daquela taverna. A iluminação, feita por pontos de luz no teto baixo, deixava o ambiente confortável e tranquilo. As cores predominantes eram escuras, tons de vermelho e preto, contribuíam para tornar o ambiente um pouco diferente.
Certo momento a música parava, as luzes se apagavam e ficávamos à iluminação de pequenas velas sobre as mesas. Nesse momento o silêncio era total e o Fado começava a ser tocado por uma dupla de fadistas que revezavam um violão durante as músicas. A voz forte do fadista combinada com a melodia diferente do violão ecoava naquela pequena taverna, passando-nos os sentimentos mais profundos daquela alma portuguesa.
O Fado era tocado em intervalos de vinte minutos, durante o intervalo um dos fadistas percorria algumas das mesas com o violão nas mãos cantando em tom baixo exclusivamente para as pessoas da mesa. Deixavam-nos pedir algumas músicas e pediam que acompanhássemos cantando. Depois de um tempo as luzes se apagavam de novo, o pessoal voltava a fazer silêncio total e o Fado voltava a ser cantado para todos.

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