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domingo, 17 de julho de 2011

USO DAS CALCULADORAS GRÁFICAS NO ENSINO SECUNDÁRIO EM PORTUGAL

            Como sabemos, o ensino secundário em Portugal corresponde ao ensino médio no Brasil. Ambos possuem três anos de estudo, porém com um grande número de diferenças, seja no âmbito metodológico como no programa curricular, em que são tratados os temas de estudo.
            Uma das diferenças que me chamou bastante atenção é o uso obrigatório da calculadora gráfica no ensino secundário em Portugal. Apesar de ser cara (por volta de 100,00€), cada aluno possui a sua. Para facilitar o acesso a todos os alunos, o pagamento da calculadora pode ser parcelado em várias vezes em algumas lojas. Sendo que alguns preferem comprá-las dos alunos que acabam o ensino secundário.
            Uma rápida análise no programa curricular de matemática do ensino secundário me permitiu observar que a calculadora gráfica pode ser utilizada em todos os temas, são eles: Cálculo Diferencial; Geometria; Funções e Sucessões; Probabilidades e Estatística. Isso se deve aos aplicativos presentes em algumas calculadoras que permitem usá-las também em geometria, que funcionam como um software independente.
            Para saber como se passa uma aula com o uso das calculadoras gráficas no ensino secundário, fui à Escola Secundária Quinta das Flores, em Coimbra, assistir a uma das aulas do Professor Balsa.
            Sentei-me ao fundo da classe, onde pude observar do começo ao fim o trabalho do professor, estagiárias e alunos. Por se tratar de um material obrigatório, os exercícios são elaborados supondo que o aluno os resolverá com auxílio da calculadora gráfica, portanto uma função, por exemplo, é estudada mais a fundo já que o aluno terá acesso a quaisquer tipos de gráficos que são inviáveis de se esboçar com régua e lápis.
            O professor, junto às estagiárias, acompanha o trabalho dos alunos continuamente. Ele tem a sua calculadora gráfica pessoal conectada a um projetor que permite com que os alunos visualizem o que faz em sua calculadora durante as atividades e explicações.
            A disposição das carteiras em duplas contribui para uma atividade investigativa, sendo que, durante as atividades, os alunos se ajudam e discutem as tarefas entre si. O professor faz o papel de mediador, promovendo um cenário de investigação e também mantém a disciplina da classe o tempo todo, chamando atenção quando necessário.
A calculadora gráfica mostrou-se um material essencial nas aulas, pois com ela é possível estudar funções mais complexas que seriam inviáveis de ser traçadas com o uso de apenas lápis e régua. Além disso, os alunos aprendem a dominar essa tecnologia, para que no futuro possam ajudar a desenvolvê-la cada vez mais.

O MEU PENSAR SOBRE ESSA REALIDADE NO BRASIL
            Acredito que no Brasil o nível sócio-econômico dos alunos tem de aumentar bastante para que um dia possamos acreditar que seja possível acrescentar o item “calculadora gráfica” como um material obrigatório. Porém, há outras formas de se inserir a calculadora no ensino médio sem que seja necessário acrescentá-la como um material obrigatório, basta as escolas adquirirem um número suficiente para que sejam utilizadas durante as aulas.
            A calculadora gráfica não é o primeiro item a ser acrescentado na educação para que ela venha a melhorar, mas sim um dos itens. Claro que será necessário um investimento maior na educação e não podemos esperar isso de braços cruzados. Todos nós um dia puxamos a calça de nossos pais dizendo “Compra pai! Compra!” e creio que seja dessa mesma forma que podemos começar, puxando as calças das escolas que por sua vez puxarão as do governo.
Renan Mercuri Pinto


  

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Escola Secundária D. Duarte, Coimbra - Portugal (Parte II)

No tópico anterior falei sobre o começo da visita à Escola Secundária D. Duarte, destaquei três perguntas que fizeram parte do bate-papo entre os alunos do 10º ano do ensino secundário e nós, alunos do mestrado em educação matemática da Universidade de Coimbra. Nesse tópico, darei continuidade ao relato da visita que continuou após o bate-papo relatado anteriormente.
Alunos do mestrado em Educação Matemática da UCoimbra
Ao sair da sala de aula, visitamos o espaço físico da escola, como a cantina (onde paramos para um café), as salas de reuniões, o refeitório, um espaço ao ar livre com quadras poliesportivas (local onde os alunos costumam ficar no intervalo) e também um ginásio. Após o passeio pela escola, fomos à sala dos professores onde pudemos conversar com três deles, duas de matemática e um de educação física, os quais não hesitaram em tirar todas as nossas dúvidas.
Professoras de Matemática da E. Secundária D. Duarte
Uma das dúvidas que havia era em relação ao funcionamento do sistema de ensino secundário português, esta foi sanada após a mesa redonda com os professores da escola e a Profa. Piedade Vaz Rebelo. A seguir, comento sucintamente como se desenrola o Ensino Secundário em Portugal, conhecido pelos brasileiros como “Ensino Médio”, porém com poucas semelhanças.
Professor Luís de Educação Física
Em Portugal, segundo a “Lei de Bases do Sistema Educativo”, o Ensino Secundário é o estágio seguinte ao Ensino Básico. Ele contempla quatro modalidades diferentes de ensino, que são tanto cursos destinados à vida ativa, como também ao prosseguimento dos estudos, todos com duração de três anos. Portanto, cabe ao aluno escolher qual rumo seguir antes de começá-lo. Abaixo, apresento as quatro modalidades de ensino que a nova reforma estabelece.
1º. Ensino Científico-Humanístico: detinado a preparar os alunos para posterior ingresso nas universidades.
2º. Ensino Tecnológico: destinado a preparar para estudos politécnicos.
3º. Ensino Artístico: destinado a preparar para as escolas de artes.
4º. Ensino Profissional: destinado à inserção do aluno no mercado de trabalho.
                Por crescer dentro do sistema educacional brasileiro, depois de conhecer um pouco sobre o sistema de ensino português, surgiram várias dúvidas, como: E os vestibulares? Como ingressar na Universidade?  E a classificação? E, foram perguntas como estas que me levaram a escrever esse tópico.
                No sistema educacional português não há vestibulares! Os alunos são classificados à Universidade pela média das notas do Ensino Secundário, pelo Exame Nacional e um exame referente a algumas disciplinas específicas exigidas pelo curso optado. A meu ver, tal sistema é muito eficaz pois submete os alunos a um processo de avaliação contínua, desde o início do ensino secundário, causando uma mudança de comportamento, além do empenho e da motivação.
Renan Mercuri Pinto

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

De Faro ao Cabo de São Vicente - Algarve / Faro to Cape St Vincent - Algarve

De Faro ao Cabo de São Vicente - Algarve
Alugamos um carro em Coimbra (aproximadamente € 35,00 por dia), saímos na sexta-feira com destino a Faro na região de Algarve. A viagem durou aproximadamente 4h30, sendo que fizemos algumas paradas pelo caminho. Andamos pelas auto estradas  A1, A10, A13, A2 e A22 que são excelentes e muito bem sinalizadas. Achei interessante que as faixas brancas que dividem a direção são sonoras, elas fazem com que um som diferente seja emitido quando passamos sobre elas, evitando assim que se saia da pista.
Albufeira - Praia dos pescadores
Chegamos a Faro e procuramos o Albergue da Juventude (€ 11,00 por dia para quem possui o cartão jovem, caso contrário é cobrado € 2,00 a mais). No sábado saímos em direção ao Cabo de São Vicente, extremo sudoeste de Portugal. No caminho passamos por várias cidades como Albufeira, Lagoa, Portimão, Lagos, Sagres e Vila do Bispo.
Lagos
Em Albufeira passamos pela praia dos pescadores que se situa no coração da cidade. Paramos em um estacionamento no alto de um morro que permitia uma visão incrível das casas e da praia. As casas brancas foram construídas sem recuo e em pequenas vielas, quando passamos com o carro por elas temos a impressão que ficaremos presos pelas paredes. Para ter acesso a praia descemos duas escadas rolantes grandes que nos deixaram praticamente na areia da praia.
Fortaleza de Sagres
Saindo de Albufeira e andando mais alguns quilómetros passamos por Portimão e depois por Lagos. Lá seguimos uma placa que indicava o caminho a um observatório onde nos deparamos com uma incrível e utópica vista de enormes rochas no meio do mar que pareciam flutuar. Descendo enormes escadas chegávamos ao nível do mar, onde era possível observar tudo de perto. Com certeza uma das melhores paisagens de Algarve.
Logo em seguida passamos por Sagres onde pudemos visitar a Fortaleza de Sagres que nos dá uma vista para o Cabo de São Vicente, o extremo sudoeste de Portugal. Essa fortaleza é enorme e para entrar é preciso pagar a quantia de € 1,50. Recomendo que caso alguém a visite entre apenas para observar as construções próximas ao portão de entrada, pois pode perder mais de 1 hora contornando-a. O vento lá é insuportável, talvez seja possível voar ao estender os braços. Hehehe…

Faro to Cape St Vincent - Algarve
We rented a car in Coimbra (approximately € 35.00 per day), we left on Friday bound for Faro in the Algarve region. The trip took about 4h30, and we made some stops along the way. We walked by motorways A1, A10, A13, A2 and A22 which are excellent and very well signposted. I found it interesting, that the white stripes that divide the direction, make a different sound when we pass over them, thus preventing it leaves the runway.
We arrived in Faro and try the Pousada da Juventude (€ 11.00 per day for those who have the youth card, otherwise it is charged € 2.00 more). On Saturday we went towards Cabo de Sao Vicente, the southwestern tip of Portugal. On the way we pass several towns like Albufeira, Lagoa, Portimão, Lagos, Sagres and Vila do Bispo.
Albufeira beach fishermen passed by that lies at the heart of the city. We stopped in a parking lot atop a hill that allowed an incredible view of the houses and the beach. The white houses were built without indentation and small alleys, where we spent with the car they have the impression that we would be stuck on walls. To access the beach we go down two escalators large left us virtually on the beach.
Leaving from Albufeira and walking a few kilometers after we passed through Lagos and Portimão. There followed a sign that pointed the way to an observatory where we are faced with an incredible and utopian view of huge rocks in the middle of the sea that seemed to float. Down stairs we arrived at the huge sea level, where it was possible to see it up close. Surely one of the best scenery of the Algarve.
Soon after we passed where we could visit Sagres Sagres fortress that gives us a view of the Cabo de Sao Vicente, the southwestern tip of Portugal. This fortress is huge and you have to pay to enter the amount of € 1.50. I recommend that if someone from the visit just to see the buildings near the entrance gate, they can lose more than one hour around it. The wind there is unbearable, you may be able to fly with arms outstretched. Hehehe ...